sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Próclise, ênclise e mesóclise são fenômenos do português que se caracterizam pelo fato de nenhuma palavra ocorrer entre os pronomes oblíquos átonos e o verbo. São três as posições relativas do pronome em relação ao verbo:
1. Próclise pronome + verbo
Exemplos:
...me observou...
...me observa...
...me observará...
...me observaria...
...me observando...
2. Ênclise verbo + pronome
Exemplos:
...observou-me...
...observa-me...
3. Mesóclise início do verbo + pronome + terminação verbal
Exemplos:
...observar-me-á...
...observar-me-ia...
Todas as conjugações verbais permitem próclise e, com exceção do particípio e dos tempos
Futuro [fará, dirá, verá] e Futuro do Pretérito [faria, diria, veria], permitem também ênclise. Somente os tempos Futuro e Futuro do Pretérito permitem mesóclise.
Formas Verbais e Posições Clíticas Permitidas
Particípio
Futuro
Fut. do Pretérito
Demais Formas
Próclise
permite BR
permite
permite
permite
Ênclise
não permite
não permite
não permite
permite
Mesóclise
não permite
permite
permite
não permite
O português falado no Brasil e em Portugal são diferentes quanto às preferências por posições clíticas. No Brasil, opta-se sempre por próclise independente da posição do grupo/sintagma/locução verbal (pronome e verbo) na oração. Já em Portugal, dependendo da posição do grupo verbal na oração, opta-se ou não pela próclise.
No Brasil
Me diz quem tem razão.
Te vi na rua.
Em Portugal
Diz-me quem tem razão.
Vi-te na rua.
As gramáticas normativas condenam o uso brasileiro de próclise e esse uso é ensinado no colégio como sendo proibido na escrita. Portanto, exceto quando a escrita simula a fala (Mensagens Instantâneas e de Celular), as posições clíticas da escrita no Brasil são as mesmas do português falado em Portugal.

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